Financiamento coletivo

Crescimento do Jornalzine

Em 2020, o Jornalzine começou como um grupo de pessoas brancas próximas, que se juntou para compartilhar o início do letramento racial em suas vidas.

Com o assassinato de George Floyd, a mobilização momentânea de algumas pessoas e a repercussão off-line e on-line que isso teve, ficou evidente a lacuna existente a respeito da branquitude dentro das próprias pessoas brancas. E, a partir da percepção que só assumindo isso algo poderia de fato acontecer, nos juntamos com o intuito de mudar essa realidade, inicialmente construindo materiais de estudo e rodas de conversa.

Isso se desenrolou ao longo de 2020 em 8 edições de um fan zine em formato de jornal online, que podem ser acessados aqui: edições 2020 e 2021

Esse desejo, que para ser coerente precisava se transformar em um trabalho, acabou podendo ser isso através das várias mãos que criaram, colaboraram ou revisaram as edições.

Foram variados temas desde: questões filosóficas, revisões históricas, questionamentos sobre como nos comunicamos até nossa relação com a terra, com os alimentos e, também, entre nós mesmes.

Acreditamos que é só coletivamente que conseguimos transformar as nossas realidades de fato. Atualizamos constantemente a necessidade de nos convocar a criar estratégias anti-racistas e a habitar uma branquitude que, nas atitudes, seja crítica de si.

Arrecadações e distribuições do projeto

Nesse primeiro ano, esse projeto aconteceu e segue operando a partir de espaços de discussão (como rodas de conversa e fóruns online), através de materiais de estudo e de informação sobre o letramento racial de pessoas brancas (como as edições do jornal em formato de fanzine), mas também através de um financiamento coletivo que, até outubro de 2021, foi revertido para ações conduzidas por pessoas pretas e indígenas

Mas como é que isso começou e como é que funciona agora?
Desde o início do projeto contamos com a colaboração financeira de um grupo de pessoas brancas.

Como nosso horizonte sempre foi caminhar rumo a um projeto de letramento racial coletivo, visando especificamente a branquitude, entendemos que apenas o pilar do conhecimento era insuficiente, apesar de ser importante.

Para nós a reparação também precisa vir pela redistribuição financeira, já que somos nós que concentramos a maior parte da renda em nosso país. Ora, olhando os principais indicadores econômicos do país, percebemos que não só ainda não pagamos nossa dívida histórica, pelo contrário, continuamos a atualizá-la.

Então, a partir desse lugar de quem aposta e se empenha em construir outras realidades que lhe convidamos a ser nosse aliade, seja participando das rodas de conversa, compartilhando os materiais, mas principalmente contribuindo para o financiamento coletivo.

Porque o que a gente mais precisa são de alianças honestas, dispostas a embarcar nesse projeto de transformação.